sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Que mais posso pedir eu?

"Não vale a pena vires trabalhar, bom fim de semana, até segunda!"

De certo modo não estava com grande vontade. O frio já se fazia sentir e as minhas unhas já estavam roxas.
Senti aquela sensação incontrolável de me aninhar no meu querido sofá.
Passado tantos meses finalmente o meu fim de semana começou na mesma altura que o das minhas amigas.
Fiquei supreendida pela sorte desta tarde.
De manhã a coisa não tinha corrido bem. Saí de casa tarde o que me fez atrasar cerca de 10 minutos e esse atrasado de 10 minutos levaram a que apanhasse uma chuva de 10 minutos. E Como tinha esticado o cabelo, não gostei da brincadeira e fiquei logo a pensar ''isto só a mim!'' e coisas do género.
De qualquer maneira entro na escola sempre com classe.
Voltando ao momento do fim de semana mais cedo, quando pus a chave á porta e a destranquei comecei logo a sentir aquele quentinho que é tão característico do meu doce lar.
Mas quando entendi que o almoço não era grande coisa, fiquei menos motivada. Era uma daquelas mexórdias típicas da minha mãe, coisas essas que toda a gente que cá vem adora e eu detesto.
Entretanto, lá comi aquilo.
Olhei-me ao espelho a ver se estava penteada e minimamente bonita.
Até aqui a rotina normal...
Depois, lembro-me que tenho uma vida para salvar.
A minha querida gata tinha tido,supreendentemente, um mini gatinho meio torto e um pouco irritante. Recusava a aceitá-lo como filho. O gato encontrava-se tão gelado que tive que rapidamente agir.
Decidi então ligar o aquecedor, aquecer uma manta e pôr á volta do mini gatinho. Pareceu-me a mim que ele estava mais quentinho passado alguns minutos, mas continuava a miar de uma forma realmente irritante. O que fiz? lembrei-me que a minha mãe costuma ter algumas seringas no frigorifico para os diabetes ou coisa assim do género. Pequei num pouco de leite, coloquei-o numa taça, misturei-lhe água e puf, absorvi o líquido para dentro da seringa, enfiei na boca do mini gatinho e obriguei-o a beber. Ele lá bebeu um pouco, mas fazendo com que maior parte do liquido se derrama-se pelo seu focinho abaixo.
A minha mãe chegou. Trouxe-me um bolo de chocolate, bolo esse que me deu uma ideia. Um gatinho tão frágil como aquele precisava era de energia. O que faço? Pego num minusculo bocadinho de bolo, abro a boca do mini gatinho e pumbas meto o bocadinho lá para dentro. Até agora ainda não entendi se chegou realmente a comer, mas penso que sim, pois não pára de se movimentar de um lado para o outro. A mãe continua a rejeitá-lo e mesmo assim está com ar de quem é feliz.
Com isto, dei com a minha mão ao telefone muito nervosa e eu só pensava na minha irmã. O meu cérebro achou que eu devia correr até á secundária de mem martins para ver se ela estava bem. Mas tinha-me engando, a minha irmã estava bem, quem não estava era uma amiga da nossa familia.
Ela veio ter a nossa casa e foi dificil para mim ver o estado lastimável em que ela se encontrava, O meu coração parecia que tinha vontade de saltar á corda, não sossegava e o meu corpo aqueceu repentinamente. Ficámos com ela até se acalmar para nos poder contar o que se estava a passar. Tinha sido despedida e estava completamente destroçada, sem saber o que fazer. Imaginei-me naquela situação e só me deu vontade de chorar.
Como boas amigas que somos contámos-lhe anedotas e fizemos figuras parvas, e por muito estupido que se pareça, a verdade é que resultou e lá estava ela a sorrir para nós.
Não foi um dia bom, mas tambem não foi mau. Foi um dia mais ou menos e sempre tive a oportunidade de fazer alguma diferença na vida de um gatinho e de uma amiga.

Que mais posso pedir eu?